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segunda-feira, 23 de março de 2015

Linguagem, Língua, Linguística

Boa tarde galera!

Como já sabem estou cursando Letras e tive que fazer um fichamento de um texto de linguística bem bacana e decidi compartilhar com vocês para quem tiver curiosidade sobre nossa língua.
Para quem não sabe, Linguística estuda a língua falada, e ao contrário da gramática, não existe certo ou errado. O importante é transmitir a informação. 
Vamos lá!

Linguagem, Língua, Linguística
Margarida Petter

A linguagem é importante na história das sociedades pois é o veículo da comunicação social, ou seja, ela é a responsável pela transmissão de ideias, sentimentos, conhecimento. “Assim como não há sociedade sem linguagem, não há sociedade sem comunicação social.” (PETTER, 2004, pg. 11)
O interesse do homem pela linguagem surgiu desde os primórdios da sociedade através de mitos, lendas, rituais que buscavam essa capacidade humana que inicialmente se desenvolveu por razões religiosas. Foi com os gregos que a linguagem adquiriu um significado, estabelecendo uma relação de significado entre a palavra e seu conceito, mas, foi na idade média que a estrutura gramatical foi estabelecida.
O passar do tempo e o desenvolvimento das civilizações transformaram o latim na língua universal, porém foram surgindo e foram-se conhecendo outras línguas e no século XIX aflorou-se o interesse por essas línguas vivas, o que permitiu um estudo comparado das mesmas, evidenciando que “as línguas se transformam com o tempo, independente da vontade dos homens, seguindo uma necessidade própria da língua e manifestando-se de forma regular.” (PETTER, 2004, pg. 12). Através dessas comparações entre as línguas, foi compreendido que a transformação do latim em línguas como o português, o francês, o italiano e espanhol se deram por meio de mudanças na língua falada.
A linguagem é o objeto de estudo da linguística e segundo Petter (2004), temos dois pontos de vistas principais com relação à linguagem: O de Saussure e o de Chomsky.
Suassure distingue da linguagem a língua e a fala. Acredita que língua é um sistema composto por signos que obedecem às leis e não pode ser modificada enquanto a fala é um ato individual resultando de combinações diversas experienciadas pelo sujeito. Assim, há a necessidade de duas linguísticas, a da língua e a da fala, sendo chamado de estruturalismo a teoria de análise linguística decorrente das idéias de Saussure.
A teoria de Chomsky, gerativismo, considera a linguagem como sendo algo inato ao ser humano, capaz de transmitir aos descendentes um conjunto de sentenças delimitado por um numero finito de sons. 
Quanto aos animais, eles não possuem um sistema de linguagem como os seres humanos. Eles se comunicam através de um código de sinais, “conteúdo fixo, mensagem invariável, relação a uma só situação, transmissão unilateral e enunciado indecomponível” (PETTER, 2004, pg. 17). A diferença entre a linguagem dos animais e a humana é que existem inúmeras possibilidades de fonemas que combinados permitem a criação de novas mensagens.
Como linguagem é um termo muito amplo (abrange linguagem de animais, corporal, musica, pintura, etc.), utiliza-se a linguística como termo de investigação da linguagem humana, ou seja, estuda-se como a língua falada funciona. “[...] ao observar a língua em uso o linguista procura descrever e explicar os fatos: os padroes sonoros, gramaticais e lexicais que estão sendo usados, ser avaliar aquele estudo em termos de um outro padrão; moral, estético ou crítico.” (PETTER, 2004. Pg. 17).
Existem dois tipos de análise da linguagem. A da língua escrita, gramática, e a da língua falada, linguística.  A análise da lingua escrita assume um ponto de vista normativo, prescritivo e até mesmo pedagógico em casos onde existe a preocupação em manter a lingua padrão escrita. Mas, não se pode negar o fato de que a língua falada precede a língua escrita e por este motivo a língua escrita não pode ser um modelo para a outra. Assim a linguística estuda esta língua falada e suas transformações com o decorrer do tempo.
A linguística pode ser dividida em duas ramificações: sincrônica ou diacrônica.
Em sincronia os fatos linguísticos são observados quanto o seu funcionamento, num determinado momento. Em diacronia os fatos são analisados quanto as suas transformações, pelas relações que estabelecem com os fatos que o precederam ou sucederam. (PETTER, 2004. Pg18)
Com o intuito de descrever a língua, a Linguística analisa a língua falada como um todo, estando ou não na forma padrão escrita da língua. Esta prática se fundamenta no empirismo e na objetividade. “A Linguística é empirica porque trabalha com dados verificáveis por meio de observação; e objetiva porque examina a língua de forma independente, livre de preconceitos sociais ou culturais [...]” (PETTER, 2004. Pg 21).
Contudo, podemos afirmar que “a língua é, antes de tudo, instrumento de interação social, usado para estabelecer relações comunicativas entre os usuários” (PETTER, 2004. Pg 22).

REFERÊNCIA: 
PETTER, Margarida. “Linguagem, língua, lingüística”. In: Introdução à lingüística. FIORIN, José Luiz (org.). 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.

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