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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

[RESENHA] O pintassilgo, Donna Tartt

Por Amanda Medeiros


O Pintassilgo
Donna Tartt
Ano: 2014 / Páginas: 721
Editora: Companhia das Letras

Theo Decker, um nova-iorquino de treze anos, sobrevive milagrosamente a um acidente que mata sua mãe. Abandonado pelo pai, Theo é levado pela família de um amigo rico. Desnorteado em seu novo e estranho apartamento na Park Avenue, perseguido por colegas de escola com quem não consegue se comunicar e, acima de tudo, atormentado pela ausência da mãe, Theo se apega a uma importante lembrança dela: uma pequena, misteriosa e cativante pintura que acabará por arrastá-lo ao submundo da arte. Já adulto, Theo circula com desenvoltura entre os salões nobres e o empoeirado labirinto da loja de antiguidades onde trabalha. Apaixonado e em transe, ele será lançado ao centro de uma perigosa conspiração. O pintassilgo é uma hipnotizante história de perda, obsessão e sobrevivência, um triunfo da prosa contemporânea que explora com rara sensibilidade as cruéis maquinações do destino.

O pintassilgo não é um livro de leitura rápida. É necessário digerí-lo, lê-lo com calma, sem pressa. Um livro que exige pesquisa e por isso não é um livro que agradará a todos.

Theo, um menino que aos 13 anos perde a mãe em uma atentado terrorista, precisa conviver com seu passado pelo resto de sua vida e mais, conviver com as consequências de suas atitudes impensadas. Theo é um sobrevivente, um dos poucos que restaram após a explosão do museu de arte que estava com sua mãe e se sente culpado por estarem ali naquele exato momento. O garoto de 13 anos tem que lidar com o fato de ser um sobrevivente e se vê obrigado a conviver com um pai que o abandonou. 

Sente-se perdido, incompreendido. Quando conhece Boris, um colega de sala russo, que também possui problemas familiares, Theo vê nele um amigo que o compreende e que  não o julga nem o discrimina por ser um sobrevivente. Theo quer ser apenas um adolescente normal, mas que acaba se envolvendo em situações embaraçosas devido à amizade. 

Seu envolvimento com drogas, a morte de seu pai, o roubo de uma obra de arte. Tudo isso começa a fazer parte da nova vida do adolescente que por mais que queira, nunca será normal outra vez. Theo se torna um adulto frustrado, paranóico e inconsequente. Seu vício pelas drogas cada vez maior o leva a fazer coisas que nunca pensaria fazer. 

Há um ponto do livro em que nada acontece, apenas a rotina do protagonista é narrada, mas que os pequenos detalhes fazem toda a diferença no final. Há pontos no livro que durante a leitura parecem informações desnecessárias, mas que depois são compreendidas e melhores digeridas. 

Roubo, problemas familiares, uma noiva infial, drogas, um amor não correspondido, estelionato, assassinato. Tudo isso faz parte da vida conturbada de Theo Decker que ao mesmo tempo que quer ser uma pessoa melhor, que se redimir e assumir seu erro, não consegue fazê-lo, não consegue se livrar do que faz mal a si próprio. 

Theo se conforma com a situação em que ele próprio criou e e não consegue se livrar de seus erros. Com certeza é uma leitura densa, complexa e cheia de informações sobre osbras de arte. Os amantes de arte e arquitetura irão se apaixonar pelo mundo que a autora cria
O leitor fica envolvido de tal forma que mesmo Theo se envolvendo com pequenos e grandes crimes, o leitor torce para que ele consiga se redimir e se recuperar. O leitor torce para que Theo não seja preso e torce para que consiga ficar com seu grande amor. 

Leitura recomendada! 
"Mas não tinha como saber como as coisas se dariam. Eu não tinha certeza de nada exceto de que a ação evasiva tinha acabado. O que quer que acontecesse, eu não seria como meu pai, esquivando-se e conspirando até o último momento em que guinava o carro e colidia em chamas; eu ia me adinatar e aceitar o que viesse [...]"

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